segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Da improbabilidade de extravasar (parte #2)

Continuando o post aqui, no sabado passado foi o aniversario do Arjun, um indiano super gente boa e engracado pra caralho. Em foto o bixo parece mais aqueles personagens de quadrinho.

Ele resolveu fazer o danado do aniversario em um lugar chamado Madh Island (mapa abaixo). Acontece que pra chegar na casa de caralho, digo, na ilha, voce precisa usar todo o sistema de transporte que a India oferece: rickshaw, trem, balsa, onibus e claro os seus pes. Pensando bem ainda faltou elefante e camelo...


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Eh como eu jah tinha dito pra Melissa, pra se diverter voce tem que suar (ainda nao contei sobre a 2a viagem pra Goa…). Eh sempre uma maratona. Tem muita gente que fica em casa mesmo pra evitar a fadiga. Fico imaginando o que seria de meus amigos (nao vou citar nomes, ok Rafael?) que tem preguica de pegar o onibus ha 50m de casa.

Voltando ao assunto, depois de receber a SMS com as diretrizes pra se chegar no tal lugar resolvi enfrentar a maratona, afinal o Arjunzito merece! Combinei com o Hamza de encontrar com ele na Andheri Station. Entao peguei o rickshaw correndo para nos encontrarmos na hora combinada, mas infelizmente a DTEI ja o afetou e por isso ele so apareceu por la depois de longos e barulhentos 53mins de espera (em pe). Enquanto ele nao aparecia observei os vendedores ambulantes tentando capturar um pouco do famoso potencial indiano para empreendedorismo.

Quando ele apareceu ainda tivemos que esperar pelo outro “lote” de colegas. O que aconteceu eh que eles deveriam chegar juntos, porem no meio da confusao do trem apenas Hamza conseguiu emburacar no 1o trem, o resto do pessoal ficou pra tras e teve que pegar o proximo.

Depois disso mais uma rickshaw ate um bairro beira-rio, bairro beira-canal chamado ________. Sorte das meninas que normalmente tem um chale nas maos. Ja eu, nao tinha nada pra impedir que aquele odor de jasmins silvestres penetrasse minhas narinas recheadas de catota preta.

Apos isso precisamos pegar uma balsa pra atravessar o que um dia foi rio. Rio? Depende do seu conceito de rio. A agua que um dia foi transparente agora eh mais que verde. Eh preta, sem reflexo e com OSFNI (objetos solidos flutuantes nao identificado). Um parente do Tiete…

Depois de atravessar o danado, pegamos nosso fucking-red-bus (como o Hamza gosta de se referir aos simpaticos onibus estilo Londres anos 50), descemos no meio do nada e andamos, andamos… ate encontramos uma mansao e nosso aniversariante Arjun precisamente as 11h50m.

O ambiente era irado. A casa na beira da praia, lua cheia, gramado verdao, coqueiro, temperatura 25 graus, a birita por conta do Arjun, o som rolando e claro as mesmas gatinhas de sempre (estrangeiras na grande maioria)…

Problema eh que quando deu 1h o “landlord”, ou sei la quem eh o fulano, proibiu o som. Altinho, baixinho, de ladinho… sem negociacao, sound NAHE. E o Arjun tinha escolhido esse lugar por que “la a festa pode rolar ate de manha”. Hohoho…

Entao, metade da festa resolve ir embora e a outra metade ir para o after numa outra casa. A parte que resolve ir embora (eu incluso) percebe que nao tem como sair dali pelas vias comuns ate amanhecer. Nem teletaxi conseguiu chegar la. Eu e mais 10 apelamos para um cara aleatorio que estava encostado num carro desses tipo pickup (provavelmente o motorista de alguem) e depois de uma loonga negociacao fechamos por algo em torno de 600 rupees pra dividir por nos. O cara ganhou na mega-sena, 600 rupees eh o que uma pessoa paga para ir e voltar Mumbai-Goa (18h de viagem). Entramos no carro e comecamos nossa sessao Need For Speed em Mumbai. No meio da gritaria das meninas percebi que soh tinha eu e Dragan de homem, sendo que o Dragan tava bebado-nenem.

O Schumacher indiano nos deixou em Andheri Station e de la cada um teve que pegar a rickshaw de volta para sua respectiva casa. Ah, pra inteirar a bolada da night Saluma esqueceu a bolsa dela no carro...

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